A nota do país foi reduzida em dois degraus, de “Baa3” — último nível de grau de investimento — para “Ba2”. Com a decisão, o Brasil não conta mais com o selo de "bom pagador" de nenhuma das três principais agências de rating do mundo, já que Fitch e Standard & Poor's já haviam tomado tal decisão no ano passado.
A decisão da Moody's foi baseada na deterioração adicional dos indicadores de dívida do Brasil em um ambiente de baixo crescimento, com a dívida provavelmente excedendo 80% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três anos, e na “desafiadora dinâmica política, que continua dificultando os esforços de consolidação fiscal das autoridades e adiando reformas estruturais”.
"Os acontecimentos macroeconômico e fiscal nos próximos anos devem produzir um perfil de crédito significativamente mais fraco. A dinâmica do crescimento vai permanecer fraca nos próximos anos aumentando a pressão sobre a política fiscal", disse a Moody's em comunicado.
A S&P e a Fitch já haviam retirado o grau de investimento do Brasil em 2015, sendo que a S&P voltou a cortar o rating brasileiro na quarta-feira passada, afastando-o ainda mais do selo de bom pagador. Com o novo corte da S&P, a nota de crédito da dívida do país passou de “BB+” para “BB” com perspectiva negativa, dentro de grau especulativo. O novo patamar, dois abaixo do grau de investimento, enquadrou o Brasil na mesma situação de países como Bolívia, Paraguai e Guatemala.
Segundo a Moody’s, a perspectiva negativa reflete a visão de que estão crescendo os riscos de que haja uma consolidação e recuperação ainda mais lenta, ou de que ocorra choques adicionais. Com isso, há incertezas sobre a magnitude da deterioração do perfil de dívida do Brasil.
FONTE: O Globo
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