Outros pacientes tornaram-se “ativamente suicidas” ou continuam a ter alucinações, diz a “BBC”. Mais de 17.000 pessoas na África Ocidental sobreviveram à infecção por ebola. A prova, a ser apresentada na reunião anual da Academia de Neurologia, é uma visão antecipada de um estudo muito maior de problemas de saúde a longo prazo identificados após o ebola.
A análise inicial, em 82 sobreviventes, mostrou que a maioria tinha tido problemas neurológicos graves durante a infecção, incluindo meningite, alucinações ou coma. Seis meses mais tarde, novos problemas de longo prazo tinham se desenvolvido. Cerca de dois terços tinham fraqueza do corpo, enquanto dores de cabeça regulares, sintomas depressivos e perda de memória foram encontrados em metade dos pacientes. Dois deles estavam com fortes tendências suicidas no momento da avaliação.
“Foi muito marcante, esta é uma população jovem de pacientes, e nós não esperaríamos ter visto esses tipos de problemas. Quando as pessoas tinham perda de memória, isso tendia a afetar sua vida diária, com alguma sensação de que não poderiam voltar para a escola ou para empregos normais, e alguns tinham problemas de sono terríveis. O ebola não foi embora para essas pessoas”, disse às “BBC” a Dra. Lauren Bowen, do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame.
A infecção pelo ebola devasta o corpo. Alguns dos sintomas podem melhorar com o tempo à medida que o corpo se cura, outros podem ser até devidos a trauma social, já que muitos sobreviventes sofrem ostracismo de suas famílias e comunidades. Entretanto outros sintomas, incluindo problemas oculares, indicam danos no cérebro, que podem não cicatrizar.
TRANSMISSÃO PELO SÊMEN
Enquanto isso, dados apresentados anteriormente na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas levantaram preocupações sobre a transmissão sexual do vírus em sobreviventes.
Os resultados indicaram que 38% dos homens tinham sido testados como positivos para ebola no seu sêmen em pelo menos uma ocasião, no ano seguinte à sua recuperação. E, no caso mais extremo, o ebola tinha sido detectado 18 meses mais tarde.
No entanto, a maioria dos sobreviventes relatou ser sexualmente ativa, com apenas quatro em cada 100 desses homens usando preservativo.
FONTE: O Globo
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