As idades das pessoas que tentaram suicídio variam de 11 a 71 anos. Para Charlie Angus, membro do parlamento local, trata-se de um “pesadelo”, com cada vez mais tentativas de suicídio, sobretudo entre os jovens. O governo das Primeiras Nações enviou uma unidade de resposta à crise com profissionais de assistência social e saúde mental. O mesmo procedimento foi tomado agência federal de Saúde do Canadá.
Em entrevista ao “National Post”, Jackie Hookimaw, morador de Attawapiskat, contou que sua sobrinha Sheridan se matou em outubro do ano passado, aos 13 anos. Segundo ela, a adolescente tinha problemas de saúde e era vítima de bulling na escola. Recentemente, Jackie esteve em uma unidade de saúde e viu várias meninas sendo tratadas por overdose de medicamentos.
— Existem diferentes tipos de luto — disse Jackie. — Existe o luto normal, quando alguém morre de doença ou idade. E existe o luto complicado, quando acontece um trauma severo, como quando alguém comete suicídio.
Segundo Angus, a comunidade ainda sofre com a falta de suporte do governo canadense:
— Quando um jovem tenta se matar em uma escola do subúrbio, eles enviam recursos, uma equipe de emergência. Existe um protocolo de resposta. As comunidades do Norte são deixadas por conta própria — afirmou. — Nós não temos os dólares para serviços de saúde mental. Nós não temos recursos. As autoridades locais acreditavam que em março, com o fim do inverno, a situação se normalizaria, mas isso não aconteceu. À CBC, o delegado Bruce Shisheesh afirmou que apenas no sábado, 11 pessoas tentaram de matar. Esta foi a gota d’água para o conselho de Attawapiskat declarar estado de emergência.
O primeiro ministro do Canadá, Justin Trudeau, usou o Twitter para se manifestar sobre a situação:
“As notícias vindas de Attawapiskat são desoladoras. Nós vamos continuar a trabalhar para melhorar as condições de vida para todos os povos indígenas”, escreveu. Existem cerca de 1,4 milhões de descendentes de indígenas no Canadá, o que representa 4% da população, e eles têm níveis maiores de pobreza e menor expectativa de vida que outros canadenses. Também são maiores vítimas de crimes violentos, dependência em drogas e encarceramento.
FONTE: O Globo
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