Em meio a condução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a surgir nas investigações na Operação Lava Jato. Nesta sexta (16), foi divulgado o suposto pagamento de uma propina no valor de R$ 52 milhões.
O nome de Cunha está numa planilha apresentada durante a delação premiada de Ricardo Pernambuco Júnior, executivo da Carioca Engenharia. O documento faz parte do inquérito autorizado contra o peemedebista pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Mostrada pelo jornal “Estado de S. Paulo”, as revelações já haviam sido noticiadas pela revista “Época” em dezembro. Em resposta à imprensa, Eduardo Cunha afirmou que não vai se manifestar sobre o caso, pois já falou sobre isso anteriormente e que o assunto “é velho”. Segundo os delatores da Carioca Engenharia, o atual presidente da Câmara recebeu propina vinda de recursos do FI-FGTS, um fundo destinado a empresas.
Trata-se do terceiro inquérito contra Cunha. Segundo a suspeita da PGR, o parlamentar se beneficiou do consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca Christiani Nielsen Engenharia. Elas atuavam na obra do Porto Maravilha. Os R$ 52 milhões foram pagos em 36 parcelas. Conforme os delatores, Cunha teria recebido propina no valor de 1,5% dos títulos comprados pelo FI-FGTS, paga em 36 parcelas. O documento entregue aos investigadores mostra depósitos feitos entre agosto de 2011 e setembro de 2014, que teriam sido propina a Cunha.
As investigações apontam que Cunha era próximo de Fábio Cleto, então vice-presidente da Caixa e membro do conselho curador do FGTS. O dinheiro do fundo seria utilizado nas obras do porto Maravilha. As transferências foram feitas da conta de Ricardo Pernambuco, na Suíça, para contas movimentadas por Cunha naquele país. A PGR diz que a documentação bancária foi confirmada pelo o inquérito que veio do governo suíço.
Além disso, os delatores falaram sobre encontros com Cunha na Câmara dos Deputados e no Rio de Janeiro, além de reuniões no escritório da empresa em São Paulo. Para Janot, “Eduardo Cunha é suspeito de integrar o alto escalão da organização criminosa que atuou não apenas na Petrobras, mas também em diversos outros órgãos e entes públicos, torna-se imprescindível ao bom andamento da investigação envolvendo os fatos veiculados na presente colaboração que a apuração seja feita em conjunto com as demais peças desse grande quebra-cabeça criminoso denominado Operação Lava Jato”.
FONTE: Gospel Prime
Nenhum comentário:
Postar um comentário