O jornal britânico Financial Times diz acreditar que o impeachment da presidente Dilma Rousseff pode ser apenas o começo de mais problemas para o Brasil. Em reportagem publicada nesta quinta-feira, o correspondente do jornal no país, Joe Leahy, explica o complexo cenário político que marcará a votação do processo na Câmara neste domingo.
Em formato de perguntas e repostas, o texto chama a atenção para o que chama de "julgamento político" de Dilma, embora ressalte as acusações relacionadas às pedaladas fiscais, que baseiam o pedido de afastamento. "O impeachment é, essencialmente, um voto de desconfiança. Rousseff se tornou uma das mais impopulares líderes da história democrática do Brasil", escreveu Leahy.
O FT afirma que há a possibilidade de o processo de impeachment trazer mais instabilidade ou mesmo "jogar o país no caos". O jornal cita o fato de que o vice-presidente e possível substituto de Dilma, Michel Temer (PMDB), também corre o risco de perda de mandato por causa da investigação sobre o financiamento da campanha eleitoral que, em 2014, reelegeu ambos.
E, apesar de classificar um eventual governo Temer como mais "amigável" para o mercado, aponta o risco que ele enfrentaria ao ter o PT de volta à oposição, sobretudo por causa da tese defendida por Dilma e seus aliados de que o impeachment é um golpe. Se, assim como muitos acreditam, ela (Dilma) e o partido (PT) se recusarem a aceitar o resultado do processo de impeachment, o Brasil entrará em território desconhecido", opinou Leahy.
A publicação britânica ressalta a crise econômica brasileira e vê culpabilidade de Dilma, além de mencionar que, embora não seja alvo das investigações do escândalo de corrupção da Petrobras, ela foi presidente do Conselho de Administração da estatal entre 2003 e 2010, período em que o esquema operava.
O FT, porém, menciona as pesquisas de opinião que mostram um grande número de brasileiros (58%) como também favoráveis ao impeachment de Temer. O texto inclui uma comparação com os eventos que levaram ao afastamento de Fernando Collor de Mello da Presidência da República em 1992, em que Leahy observa o fato de que tanto ele à época quanto Dilma terem uma popularidade baixíssima. Mas o FT observa que, ao contrário de Collor, Dilma tem o apoio de um partido forte no Congresso.
FONTE: BBC Brasil
Muitos brasileiros ainda não enxergaram que o impeachment só troca o ladrão e que o ideal é a intervenção militar .... mas, eles mesmos (políticos corruptos) nos levarão à situação ideal, sem dúvidas.
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