Uma pesquisa realizada em várias regiões do Brasil mostrou que os supermercados estão tirando o pé do acelerador e comprando menos da indústria. Segundo o estudo, realizado em 10 mil supermercados, em julho, a quantidade de produtos em falta nos supermercados aumentou quase 30% na comparação com junho. Os resultados já começam a aparecer pro consumidor.
O resultado da pesquisa não significa que as prateleiras dos supermercados estejam vazias, mas que o consumidor começa a ter dificuldade para encontrar alguns produtos de determinadas marcas. Geralmente são produtos usados no dia a dia.
O aposentado Vladimir Farcas, por exemplo, procurava uma marca de achocolatado, mas não encontrou: “Acabei pegando outra marca, mas não peguei esse produto. A gente está acostumado com um produto e aí acaba não achando o que a gente quer”.
Segundo Robson Munhoz, diretor da Neogrid, que coordenou a pesquisa, por causa da crise econômica, muitos supermercados estão comprando menos, com receio que a mercadoria fique na prateleira e, assim, diminuindo os estoques. A indústria vem aumentando os preços e os supermercados se recusam a comprar produto mais caro e aí fica esse buraco na prateleira: “Nessa negociação entre o varejo e a indústria, o varejo tem um papel importante que é segurar um pouco essa negociação, para que não haja um aumento de preço da gôndola, porque se a venda já está um pouco difícil, imagina com o aumento de preço ao consumidor”.
Outra explicação para o sumiço rápido dos produtos são as promoções feitas pelos supermercados. “Ele acaba levando mais do que habitualmente ele comprava com receio que aquele produto venha a aumentar depois por uma possível inflação. Então, isso faz com que falte o produto na gôndola, por excesso de consumo daquele item, daquela marca”, explica Robson.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), apesar dos números da pesquisa, não há desabastecimento nos supermercados. A Abras disse ainda que os supermercados estão conversando com os fornecedores para que não falte nenhum produto para o consumidor.
FONTE: G1 GLOBO
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