sexta-feira, 4 de março de 2016

Especialista vê saída de Dilma; Rossetto diz estar perplexo

Um dia após o vazamento de um suposto depoimento de delação premiada do senador Delcídio do Amaral, a nova fase da Operação Lava Jato deve reacender as expectativas de uma eventual saída da presidente Dilma Rousseff do comando do Palácio do Planalto.

Segundo Claudio Couto, cientista político da Fundação Getúlio Vargas, a ação da PF (Polícia Federal) e da Receita Federal que atinge diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser interpretada como “uma reação antecipada a qualquer tipo de interferência do governo na nova fase das investigações dos escândalos de corrupção.”




Ele alerta que a situação do governo deve ficar ainda mais delicada, já que Lula – considerado “o grande símbolo do PT” – está na mira da PF e não foi capaz de deter a operação da entidade. “Eu acho muito difícil travar a PF, porque ela ganhou autonomia operacional.”

O cientista político da FGV explica que, com Lula na mira das investigações, a saída de Dilma da Presidência pode ser acelerada. “Dilma deve ficar ainda mais fragilizada na medida em que se produz uma piora do clima do campo político do qual ela faz parte”, afirma Couto. “Ganham peso todas as possibilidades de saída: tanto por meio do Congresso, quando do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Com Lula na berlinda, eles podem querer acelerar o processo”.


"Perplexo"

O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, foi o primeiro representante do governo a se pronunciar sobre a 24ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Aletheia. O ministro declarou-se “perplexo e indignado” com a condução coercitiva contra ex-presidente na manhã de hoje.



“O presidente Lula já prestou depoimento e sempre se colocou à disposição das autoridades. Isso não é justiça, isso é uma violência". Rossetto disse ainda que a ação é um claro ataque ao que Lula representa, como uma liderança política e social”. A PF faz operação na manhã desta sexta-feira (4) no prédio do ex-presidente, de seu filho Fábio Luíz Lula da Silva, o Lulinha, e na sede do Instituto Lula. A Receita Federal também participa da ação.


FONTE: Noticias Terra

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