Organizações da sociedade civil norte-americanas acusam o papa Francisco de negligenciar casos de abuso sexual de crianças e adolescentes cometidos por religiosos e defendem a abertura dos arquivos do Vaticano com a divulgação de nomes dos acusados em todo o mundo.
"O papa nega o quão sério é o problema e minimiza a situação. Ele nega que crianças continuam sendo violadas", disse à BBC Brasil Barbara Blaine, fundadora da organização SNAP (sigla de Survivors Network of those Abused by Priests), uma rede que reúne vítimas de abusos cometidos por padres criada no final dos anos 80 nos Estados Unidos e em outros países.
"Na verdade, ele nem deveria se ocupar disso, deveria mandar os casos para que a polícia investigasse", afirmou ela.
A grande esperança de vítimas nos Estados Unidos é que o papa aborde este tema quando fizer seu discurso nas Nações Unidas na sexta-feira (25) e nas missas que realizará durante sua visita.
Na quarta-feira (23), em pronunciamento feito na Catedral de São Mateus Apóstolo, em Washington, Francisco pediu aos bispos americanos que trabalhem para que os escândalos não se repitam.
"Sei o quanto pesou sobre vocês a ferida dos últimos anos e acompanhei o seu generoso empenho para curar as vítimas e trabalhar para que tais crimes não aconteçam nunca mais", declarou o pontífice argentino.
Mas, para a ativista Blaine, Francisco deveria ser mais enfático sobre o tema. "Queremos que faça a diferença e tome uma atitude, não mais palavras. As palavras não vão proteger as crianças. Queremos que os arquivos sejam abertos, os padres punidos e os casos levados à polícia", defendeu.
É a primeira viagem de Francisco aos Estados Unidos – ele é quarto papa a desembarcar em território norte-americano. Espera-se que seu discurso na ONU aborde temas de direitos humanos e meio ambiente.
FONTE: NOTICIAS TERRA
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