Ao assumir a presidência da Câmara no lugar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) herda uma questão engavetada pelo antecessor: processo de impeachment do vice-presidente Michel Temer. O alerta foi feito nesta quinta-feira por aliados de Cunha que, em um ato de desagravo, compareceram à residência oficial do peemedebista, que segue recluso.
Maranhão é tido como nome próximo a Cunha - mas contrariou o entendimento de seu colega e, de última hora, decidiu debandar para a tropa contrária ao afastamento de Dilma Rousseff. Maranhão teve reuniões com o ex-presidente Lula antes de mudar de lado. Aliados de Cunha narraram ao site de VEJA a inconstância do novo chefe da Câmara, o que já causa preocupação. A comissão do impeachment de Michel Temer ainda não teve início por causa de um "boicote": partidos oposicionistas e aliados do peemedebista, entre eles PMDB, PP, PSDB e DEM, não indicaram os membros do colegiado. Nesse caso, caberia ao próprio Eduardo Cunha assumir a função e nomear os integrantes, o que não foi feito.
O vice-presidente da República é alvo de representação apresentada pelo advogado Mariel Márley Marra. O denunciante aponta que Temer, assim como Dilma, cometeu crime de responsabilidade ao editar decretos de crédito de suplementação sem o aval do Congresso Nacional. Os atos foram praticados nos dias 26 de maio e 7 de julho de 2015, enquanto o peemedebista era o presidente em exercício. A liberação de créditos extras sem a aprovação do Legislativo é um dos embasamentos que sustentam o impeachment de Dilma. Conforme o jurista Márley Marra, Temer editou quatro decretos com inobservância da lei. A movimentação financeira foi de 10 bilhões de reais. Partidos aliados de Dilma devem aumentar a pressão sobre Maranhão para que o processo tenha continuidade.
FONTE: Veja
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