Os dias difíceis não acabaram. O novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu ontem que medidas “duras, mas necessárias” serão tomadas para reduzir a crise econômica. O segundo homem mais poderoso de Brasília não se esquivou de traduzir o significado prático dessa dureza. O governo Temer estuda aumentar impostos para melhorar a arrecadação. Meirelles não detalhou o percentual dos tributos, mas prometeu que será algo transitório.
“Qualquer aumento de tributo tem que ser proposto como temporário se acontecer e se for necessário”, analisou Meirelles, depois da primeira reunião ministerial do governo Temer. “O nível de tributação já é elevado no Brasil e esse é um fator negativo para o crescimento econômico”, completou. Mesmo com todas as ponderações sobre o excesso de imposto no país, o ministro reconheceu que o governo não descarta a ideia de recriar o chamado imposto do cheque, a CPMF, para reduzir o déficit nas contas públicas e engordar os cofres do governo. A proposta chegou a ser enviada pelo governo Dilma ao Congresso, mas não foi votada porque a então oposição reagiu fortemente à medida. Ao ser questionado sobre essa contradição, Meirelles respondeu categórico: “Estamos discutindo isso”.
Em sua primeira coletiva de imprensa, Meirelles tratou de temas espinhosos e preocupantes para os contribuintes. Ele insistiu que é preciso mudar as legislações trabalhista e previdenciária. O ministro espera que o Congresso aprove as mudanças nas relações de trabalho e nas regras da aposentadoria.
Controverso, ele disse que a proposta de reforma da Previdência deve respeitar os “direitos adquiridos”, mas ressaltou que esse conceito é “impreciso”. “Mais importante do que saber o valor do benefício ou a idade em que vai se aposentar, é ter a segurança q de que haverá recursos para pagar a aposentadoria”, disse o ministro, defensor da definição de uma idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem.
Meirelles contou que está preparando um diagnóstico das contas do governo e que, em breve, apresentará um retrato do caixa encontrado pela nova equipe econômica. Ele acha que a sociedade está preparada para ouvir uma avaliação “realista e honesta” do cenário e das estratégias para a retomada do emprego e da renda. “O que não é possível, é continuar como está”, frisou.
TEMER SEM MILAGRES
Em entrevista à revista ‘Época’, o presidente interino Michel Temer contou que “ainda não caiu a ficha” de que ele é, de fato, o responsável por tirar o Brasil de uma das mais graves crises de sua história recente. “Quero, com a ajuda de todos, botar o país nos trilhos nesses dois anos e sete meses. Não vou fazer milagres em dois anos”, afirmou Temer. Seu tempo, no entanto, ainda é menor. Por enquanto, ele só tem 179 dias no governo até o julgamento de Dilma no Senado.
Ministro Jucá promete cortar quatro mil cargos comissionados
Após a primeira reunião ministerial, a equipe do presidente interino Michel Temer sinalizou que o déficit fiscal deve ser maior do que o esperado, anunciou uma série de cortes em cargos comissionados e disse que há a intenção de fazer um pente-fino em empresas estatais.
O novo ministro do Planejamento, Romero Jucá, prometeu cortar quatro mil cargos até o final deste ano. Jucá contou que o presidente determinou que todos os ministros ocupem no máximo até 75% das funções gratificadas e cargos comissionados.
“Em tese, fizemos uma reserva de espaço de 25% que depois será ajustado à necessidade de funcionamento. A meta fixada é de 4 mil postos”, disse Jucá. “Todas as empresas e todos os bancos estão sujeitos a esse novo ordenamento de comando que é simples e direto: gastar menos com ele e mais com a atividade de fim, para servir a sociedade”, acrescentou.
Segundo o ministro, a meta fiscal enviada ao Congresso pelo governo Dilma Rousseff não prevê a queda de arrecadação, renegociação de dívidas estaduais e restos a pagar, o que deverá ser corrigido pelo governo interino.
Primeira traição: aliado acusa novas medidas de estapafúrdias
A primeira saia justa política, desde que Temer assumiu como interino, aconteceu na tarde de ontem entre articuladores do novo governo. Horas após o novo chefe da Fazenda, Henrique Meirelles, dar entrevistas defendendo reformas das leis trabalhistas e previdenciárias, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), um dos principais articuladores do impeachment na Câmara, chamou as declarações do ministro de “estapafúrdias”.
“A estapafúrdia ideia defendida pelo atual ministro é inaceitável porque prejudica quem ingressa mais cedo no mercado de trabalho, ou seja, a maioria dos trabalhadores brasileiros”, diz nota da Força Sindical assinada pelo deputado. Apesar de ter apenas 14 parlamentares em sua bancada, Paulo Pereira exerce uma influência considerável nos deputados do chamado “baixo clero” da Câmara. Juntos, eles somam votos essenciais para Temer aprovar reformas.
Petistas deixam pegadinha em retratos de Dilma
O presidente interino Michel Temer ordenou que o retrato oficial da presidente afastada, Dilma Rousseff, não seja retirado de nenhum gabinete na Esplanada. Apesar da ordem de Temer para que a foto de Dilma Rousseff fosse mantida “em todos os recintos”, funcionários de alguns gabinetes do Planalto e da Esplanada desobedeceram o pedido e tentaram retirar os quadros com a foto. Quando a imagem foi deslocada, porém, encontraram a seguinte mensagem: “Conspiradores e golpistas, a História não os absolverá”. A informação é do jornal ‘O Estado de S.Paulo’.
FONTE: O Dia
MINISTRO PORQUE O GOVERNO NAO SEQUESTRA OS BENS DOS CORRUPTOS E TENTA TOMAR DE VOLTA O DINHEIRO DESVIADO PELO MENOS BOA PARTE DELE OU SERA QUE É INCONSTITUCIONAL TOMAR DE VOLTA O QUE ROUBARAM DA NAÇAO É SIMPLES E PAREM DE CRIAR PROJETOS PARA SACRIFICAR AINDA MAIS OS BRASILEIROS O QUE FALTA É CORAGEM PRA FAZER A DILMA PERDOOU MUITAS DIVIDAS RETOMEM AS COBRANÇAS.
ResponderExcluira verdade é que todos investigados, culpados, com ficha suja em qualquer coisa, deveria ser removido do governo. É um absurdo nomearem ministros envolvidos tambem em escândalos...bando de hipócritas.
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