domingo, 4 de setembro de 2016

China e EUA ratificam acordo do clima assinado em Paris

China e Estados Unidos ratificaram formalmente neste sábado o acordo do clima assinado em Paris, num feito histórico para reduzir as emissões de CO2 e frear as mudanças climáticas. Os dois países respondem juntos por cerca de 40% das emissões de gases do efeito estufa em todo o mundo.

A entrada das duas nações no acordo foi formalizada em uma cerimônia paralela à reunião do G20, que reúne as maiores economias do mundo em Hangzhou, na China. Os presidentes Barack Obama e Xi Jinping entregaram juntos o documento ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.



O acordo entra em vigor quando for ratificado por ao menos 55 nações responsáveis por 55% das emissões globais causadas pelo homem. Obama disse que os EUA estão comprometidos em ser um líder global na luta contra as alterações climáticas, esperando que o acordo de Paris seja lembrado como o momento em que o mundo se uniu para barrar o aquecimento global.

- Esta não é uma luta em que qualquer país, independentemente do seu poder, possa enfrentar sozinho - acrescentou. - Algum dia nós poderemos ver isso como o momento em que, finalmente, decidimos salvar o nosso planeta. Jinping, por sua vez, classificou o acordo como um marco que assinala "a emergência de um sistema de governo global" para a mudança climática.

- Nossa resposta à mudança climática diz respeito sobre o futuro do nosso povo e do bem-estar da humanidade - disse ele. Já o diretor do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, Erik Solheim, disse que as ratificações proporcionam um impulso adicional significativo à união contra o aquecimento global.



- (O acordo) põe o bem-estar do nosso planeta no topo da agenda. As duas maiores economias do mundo também estão mostrando que o nosso futuro econômico é verde e tem de baixo teor de carbono. A China tem feito grandes esforços para tentar fazer da reunião do G20, entre 4 e 5 de setembro, um sucesso, esperando cimentar sua posição como potência global, mas uma variedade de assuntos diplomáticos espinhosos podem ofuscar a agenda.

Os líderes do G20 devem renovar suas promessas de usar políticas de gastos e impostos para revigorar a fraca economia mundial, ainda que um novo impulso pró-crescimento seja improvável. A sobrecapacidade na indústria global de aço, ponto sensível para a China como maior produtor mundial do metal, as barreiras para investimentos externos e o risco de desvalorizações cambiais para proteger mercados exportadores também vão aparecer entre as discussões.

Além da economia, também pode haver atritos sobre as disputas territoriais no Mar do Sul da China e uma decisão entre EUA e Coreia do Sul de implantar um sistema de defesa de mísseis na Coreia do Sul, para conter os mísseis e ameaças nucleares da Coreia do Norte. Quando Obama se encontrou com o presidente chinês Xi Jinping, ele disse que eles teriam conversas honestas sobre cibernética, direitos humanos e assuntos marítimos. No entanto, o acordo climático definiu um tom positivo.


EVENTO EM NOVA YORK

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse neste sábado que irá realizar um evento em Nova York no qual vai convidar líderes de países a ratificar formalmente o acordo de Paris sobre as alterações climáticas. Segundo a ONG Climate Transparency, para alcançar o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a +2°C até 2030, as grandes potências terão que multiplicar ao menos por seis seus objetivos atuais de redução de emissões.



Mas a aplicação dos acordos de Paris interessa não apenas aos governos, mas também ao setor privado. Um grupo de instituições e empresas que representa 13 trilhões de dólares de investimentos pediram no fim de agosto ao G20 que o ratifique para evitar os riscos financeiros relacionados às mudanças climáticas, como inundações, secas ou o aumento do nível do mar.


FONTE: O Globo

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